Este é um dos top 5 mais aguardados pela imprensa internacional, e também nacional e “regiões autónomas”. Começo por advertir que se na trata da “minha opinião pessoal” (atenção, as aspas são cínicas e irónicas) e que, pelo que tenho visto, se afasta bastante de listas análogas que tenho visto por aí. O que é bom e talvez muito bom, porque talves (de novo) possa fazer com que alguns leitores dêem uma oportunidade a vocês próprios para escutar as bandas da minha selecção. Talvez algumas pessoas estranhem o facto de na minha lista não constarem algumas das “sensações do momento”, mas simplesmente, não fazem porque, “na minha opinião pessoal”, não apresentam argumentos suficientes nesse sentido. Falo de “The walkmen” e “Bon Iver”. Mas quem sabe o que me reservará 2009, no plano das redescobertas musicais de 2008! Por outro lado, e para refutar as acusações de fundamentalismo, chamo a atenção para o facto de não estar na lista “The 333 effect” dos BRMC… as edições “digitais” têm este problema.. especialmente quando a validade do nosso cartão de crédito expirou. Mas eu sou paciente!
Discos 2008
1 - The Black Angels – Directions to see a ghost – O n.º 1 foi muito fácil de decidir. Um “must have” para quem gostar de música! Pelo menos, eu penso de que.. Como sabem, um dos desgostos de 2008, é mesmo o facto de os não poder ver ao vivo (bem, fica o desejo para 2009). Cheguei a “este meninos”, via BRMC, mas devo advertir que, embora façam sentido juntos, não têm nada a ver! O rótulo psychedelic/ folk rock/ experimental não é deceptivo. Aliás, ouvir o álbum é uma trip sem ácidos, o que, em tempo de crise económica, tem um duplo valor. Advirto para os efeitos de “Snake in the grass”, 16:13 de delírio (talvez recorde eventuais experiências com “certas substâncias”). Mas a minha preferida é “Dee-Ree-Shee”… let it flow..
>
2 - The Black Keys - Attack & Release – Pareço condenado a gostar de bandas aparentemente ignoradas em Portugal e começadas por “The Black” qualquer coisa... Estes senhores para além de uma já vasta produção musical, são fantásticos ao vivo. E, este ano, lançaram mais uma autêntica pérola musical, com diversos sabores. Para viajar nas estradas americanas, recomendo “All you ever wanted”, “So he won’t break” e “Oceans&Streams”. Mas aqui fica “I got mine”
3 - Vampire Weekend – Vampire Weekend – Acreditem que eles estão nesta lista por mérito próprio e não para mostrar que eu não sou snob ou preconceituoso em relação a movimentos “hype”. Sem dúvida, um álbum fantástico, como uma lufada de ar fresco. Tenho pena de os não ter visto, mas embora tenham vindo a Portugal, em ambas ocasiões, por factores alheios à minha vontade, não os pude ver.
4 - Dead Combo – Lusitânia Playboys – Um dos projectos musicais nacionais mais interessantes. Da lista, a única banda que vi ao vivo (e que concerto.. sim, “talvez” constem do meu top 5 dos concertos de 2008.. vão ter de esperar para ver). Sendo uma banda conceptual e com uma sonoridade muito específica, é fascinante a capacidade que eles têm de surpreender na sua “terceira longa metragem”. “Putos a roubar maças” (provavelmente da macieira do Bruno Aleixo)
5 - Gemma Hayes – Hollow of morning – Uma das minhas escolhas sentimentais e, de novo, de alguém praticamente desconhecido em Portugal. Esta senhora tem uma voz doce “que me encanta”. Advirto que, em termos musicais, não vão encontrar algo avassalador, mas, há certas simplicidades que nos conquistam. Esta é uma delas. Canções simples em sabores doce/amargo. Aqui fica “Out of our hands”, versão live, para verem o que andámos a perder.
Menção especial e particular para “Konk” dos “The Kooks”. Tenho mix feelings em relação a isto (sim, à uma certa aura “brit pop” nestes meninos que me arrepia um bocado). Mas, talvez porque comecei a ouvir há pouco tempo, confesso que dou comigo a trautear algumas músicas. No entanto, isto não quer dizer muito. Ultimamente, tenho dado comigo a trautear coisas muito estranhas, incluindo o assombroso “Scatman” na voz de Bruno Aleixo e do Busto!!!