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Gosto de Madrid. Sinto-me bem a passear sozinho pelas suas ruas agitadas. Existe certamente uma mudança de cenário, mas existe sobretudo uma mudança de rostos e expressões. São as 4 das tarde de sexta-feira e a cidade está viva. A Gran Via é um rio a transbordar de vida no seu leito e margens.
Escolhi um sítio aleatoriamente estratégico para repousar o corpo e a mente com a agitação desta famosa avenida de Madrid. Estou com fome e sem sono, ainda que na minha contabilidade exista um défice crónico crónicas de horas devidas em tributo a Hipnos.
Ainda assim:
O engraxador de sapatos pretos e meias brancas
Na transparência da janela,
Quando os meus olhos querem fechar
Porque sinto a indiferença,
Mesmo que não desista,
Como nunca desisto de amanhã,
Apenas desisto hoje,
No tempo presente,
No tempo ausente.
E tudo é-me indiferente,
Mesmo tu,
Sejas quem fores.
Só não quero estar triste,
Enquanto sinto frio,
De uma realidade abandonada,
Em drenagem,
Como mentira isolada.
Não pares,
Eu estou bem,
Estou bem de verdade,
Apenas sou a transparência
Do outro lado,
Da janela errada.