. Ironia da realidade - Men...
. A ironia da democracia em...
. Não tenho paciência para ...
. Não tenho paciência para ...
. Não paciência para merdas...
. Ñão tenho paciência para ...
. O pecado numa dentada de ...
Dentro de um pulsar de luz,
Na indiferenciação das cores,
Quentes e suaves,
Existe um perfume adocicado pelo mel,
Sem substância material.
O fascínio da provocação
Percorre a curta distância
Entre uma palavra e o silêncio
Entre um movimento e a hesitação.
E tudo isto revolve angústia,
De direcções diluídas no tempo,
Como um rio aprisionado
Pela sua própria vontade
De percorrer montanhas e vales
E de nunca chegar ao mar.
No balanço de variáveis infinitas,
Na crueldade de existir,
Emerge um momento
Em que o caminho é incerto
Na passagem do vento.
Primeiro artigo
Começar por onde? O melhor é não começar.
Nunca escrevi um diário, nem sequer me interesso por aí além pela internet ou coisas afins. Mas há uma coisa que sempre gostei de fazer: escrever cartas. Pensando bem, não é só escrever cartas, é também o ritual de enviar e receber cartas.
Um ritual...
Não consigo deixar de recordar uma das coisas mais interessantes que aconteceu quando andava no secundário, o ritual das cartas! Este é um daqueles momentos em que um sorriso percorre a distância do passado.
Não sei quem começou ou como é que começou, mas isso, aliás como normalmente acontece, não é o mais importante. Durante o secundário, eu e os meus amigos tinhamos um ritual de escrever cartas entre nós. Sim, um ritual é a palavra adequada, à qual junto sagrado, sem explicar porque. Era sem dúvida curioso, passavamos o tempo todos juntos na escola, falavamos imenso, partilhavamos imensas coisas, mas depois havia uma carta!
Todos trocavamos cartas entre nós, a maior parte das vezes, entregues em mão, com uma cumplicidade inexplicavél.
Havia uma regra que mais do que imposta era implicitamente aceite por todos, o conteúdo era inviolável. Pelo que sei, essa regra foi sempre respeitada, ao limite.
Nessas cartas, existia um novo universo e imaginário. Uma comunhão profunda daquilo que eramos, embora essas cartas não se limitassem a ser um confessionário ou um cemitério de segredos pós-adolescentes. Eram laços de palavras, pedaços de vida, sonhos e pesadelos confiados nas mãos de alguém que nos devolvia nas suas palavras um mistério profundo. Era algo que começava e terminva nas palavras confiadas nessas singelas cartas.
Tenho cerca de 100 cartas guardadas religiosamente desse tempo.
Actualmente o meu contacto com esses meus amigos do secundário é praticamente reduzido a alguns telefonemas anuais, tirando pontais excepções de fugazes reencontros. Algumas dessas pessoas não vejo nem falo com elas há anos.
Mas o sentimento sagrado permanece inviolável.
Serve esta introdução de interlúdio a este blog. Será a metáfora do carteiro.
Bem-vindos!