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Porque tenho saudades do meu blog... e dos meus leitores!
Doze é o número do silêncio
1. Uma experiência existencial fúnebre foi vivida em gelo do árctico. Em sentido metafórico, tal como Eu gosto de pensar. Na verdade, perante as dúvidas de um anseio matinal, recobrando as forças de uma glória inerte, ripostaram as labaredas de Demétrio, em agulhas insanas de dor. Enquanto do céu, bem, nada se via. Havia apenas nevoeiro. E claro, silêncio espalhado por todo lado, pois tal era a força da Minha convicção de não ouvir.
2. Lançava uma espécie de divagação pretensiosamente filosófica. Os perigos sucumbem em valas de medo, onde existe uma estrada coberta de negra prata, onde não é possível correr, onde não é possível sobreviver sem o auxílio do abandono. Absurdo. Mas o absurdo é também pensamento. Não será também a razão?
3. Se a janela está aberta e faz frio, o corpo treme. Sim, é frio. Mas outra coisa existe. O horizonte abraça o firme rumo dos passos em direcção oposta ao Sol. O seu reflexo é oblíquo e o seu calor inexistente. E no palato das montanhas aguadas acorda o instinto de nuvens disformes.
4. Em raio diametralmente oposto, repousa a cabeça cansada de uma criança suja, de uma religião danificada. Punções de aço estridente nos estreitos e delicados braços de falsa esperança. Náusea divina ao tumor maligno de uma barriga inchada. Entretanto, o vazio do olhar enche-se de uma tristeza lenta e arrastada.
5. Um desequilíbrio muda. A fúria revela uma sirene de maldição. Nem uma serpente acorrenta tamanha ignomínia e condescendência. Em forma de lava arrefecida mas, ainda assim, veloz como pedras num esgoto de merda.
6. A ignorância do momento de calcinação da medíocre paisagem urbana. Uma frase de permanente significado, tal como a sua ausência. E sim, num aneurisma ainda há vida.
7. A materialização da dúvida em espirais de demência. Não é possível elidir uma forma de beleza celestial. Não existem apenas estrelas. Não existem apenas estrelas como momentos de abandono ao desejo.
8. E uma fuga. Pensar em desvios, em fragmentos que percorrem uma larga curva junto ao deserto das vertigens. Um líquido capaz de transfigurar a essência de um dogma.
9. Se há loucura? Tão certa como a razão. E não deverá estar sempre presente? E não deverá ser a companheira da melancolia? É um suspiro, certamente.
10. Navegar em forma de vento, numa carcaça sem peso ou matéria. Redundância? Desespero? Alheamento? Uma desculpa sem ser pedida. Ninguém precisa de acreditar. É indiferente à vontade.
11. O formigueiro acidental da trágica ocorrência de neve. Nesferatu vive em harmonia com a fogueira da sabedoria. Quem diria?
12. É preciso ser cobarde para ser corajoso na hora de morrer. Mas morrer de verdade, como quem deseja viver.