Para os mais distraídos, “A metáfora do Carteiro” faz hoje 4 anos. Confesso que eu próprio estou surpreendido com a longevidade desta caixa postal. Mas como os aniversários não são as minhas festas preferidas, apenas gostaria de agradecer a todos aqueles que lêem estes postais. A todos, mas com distinção, porque aqui o princípio da igualdade é flexível. O meu agradecimento especial aos leitores/comentadores pois são a pimenta deste blog (o sal faz mal à tensão arterial e a idade não perdoa).
Para festejar, aqui fica algo que tem mais uns anos que este blog, mas que continua a ser um dos meus hinos preferidos para festejar aniversários… ou pelo menos o meu!
O Josh Freeze (baterista "A Perfect Circle" e "NIN", entre outros) embora não esteja no meu Top 5, é sem dúvida um baterista talentoso, a que acresce ter uma boa dose de sentido de humor!
O Josh Freeze oferece diversas recompensas a quem comprar o seu novo álbum «Since 1972».
Por sete dólares, é possível comprar o disco em formato digital, incluindo três vídeos. Por cinquenta dólares, já se pode adquirir o CD mais o DVD, uma t-shirt e ainda receber um telefonema de Freese a agradecer a compra.
Por 250 dólares, além de tudo o resto, o consumidor pode almoçar com o músico. Pelo dobro do preço, já será possível jantar, mergulhar num tanque com Josh e filmar um vídeo para o YouTube.
Quem estiver disposto a pagar mil dólares receberá um cabaz de compras que inclui o CD, o DVD e instrumentos autografados, o download digital das músicas, uma t-shirt, um jantar, uma bebedeira com Josh e posterior sessão de barbearia no parque de estacionamento de um tribunal da Califórnia. Josh oferece-se ainda para lavar o carro ou tratar da roupa do comprador - em alternativa, o músico sugere que seja este a lavar-lhe o carro.
Mas há mais. Por 2500 dólares, os serviços já incluem uma lição de bateria com Josh (ou então uma massagem de pés ou costas), assim como uma mudança de fraldas, entre outros mimos.
Pelo dobro do preço, o músico a escreve uma canção e grava um vídeo para nós. Além disso, Stone Gossard dos Pearl Jam enviará uma carta a falar sobre a sua música preferida do álbum.
Os mais ricos podem pagar 10, 20 ou 75 mil dólares e, entre outras coisas, ficar com a carrinha Volvo de Josh, receber uma visita guiada por Long Beach e ter o baterista como membro da respectiva banda durante um mês. «Since 1972» estará disponível a partir de 24 de Março no site do músico, mas dez dias antes já estará nas lojas.
Por vezes considerado (injustamente) o elo mais fraco das bandas de rock, os bateristas aparecem normalmente num segundo plano que, pelo menos em relação a estes cinco senhores, não só não é injusto, como também é falso. Provavelmente, falta-me autoridade moral e… técnica para falar sobre este tema (“private joke” dada a minha relação com o “metrónomo”), mas acreditem que é do fundo da alma que, quando ouço estes senhores, faço votos para reincarnar baterista na próxima existência.
Assim, aqui fica o meu top 5:
1 - Danny Carey (Tool)
2 - Jimmy Chamberlin (Smashing Pumpkins)
3 - Dave Grohl (enquanto baterista dos Queens of the Stone Age)
4 - Matt Cameron (Pearl Jam)
5 - Ben Gillies (Silverchair)
Embora o meu top 5 não esteja aberto a discussões, ainda assim acharei interessante conhecer as opiniões dos leitores desta caixa postal.
Não fui eu. Mas confesso que o meu espírito retorcido esboçou um sorriso ao assistir a uma acidente de carro ontem de manhã. E que bela manhã em Lisboa.. Céu azul e luz, muita luz.
É um sentimento ambíguo aquele que tenho nestas manhãs. Por um lado, penso “deveria ter trazido óculos de sol” pela acutilância da luz no meu despertar mecânico. Mas, por outro lado, é um fascínio e uma onda de bem-estar que sinto perante a incisão dos raios de luz. Então, quando se escuta uma música como “Beautiful” dos Smashing Pumpkins (ver infra), o tempo pára, especialmente quando estamos parados num semáforo, com o olhar fixo no sinal vermelho.
Foi neste cenário que, de repente, me apercebi de um tipo a esbracejar no carro atrás de mim e, no segundo seguinte, percebi que o tipo com maus modos era afinal de contas um polícia num carro à paisana. Queria que o deixasse passar. Assim fiz, de certa forma “irritado” com os gestos do agente da autoridade, pensando para os meus botões que isto de as “autoridades” passarem no semáforo vermelho tem muito que se lhe diga, especialmente nas mãos (e pés) de pessoas com tendência para o abuso de poder. Dito e feito, no semáforo seguinte, o carro do polícia bate (com alguma violência) num carro de um inocente condutor, provavelmente pai de família e cidadão cumpridor de grande parte da cacofonia legislativa que graceja neste país. Claro que a pessoa objecto da colisão sai do carro atordoada e perplexa, uma vez que estava a passar num sinal verde. O idiota do polícia nem se preocupou em saber se a pessoa estava bem, apenas vociferou que era polícia. Não sei como terminou a história, mas não deixei de ficar um bocado apreensivo com esta história, com os perigos a que estamos expostos não só em relação aos comuns dos mortais, mas sobretudo em relação das pessoas que têm como missão a nossa protecção. Estou certo que não vai dar em nada, mas para mim, isto foi uma situação de negligência grosseira. Claro que, quem vai pagar, dirão alguns, é o Estado, ou seja, todos nós. Permitam-me corrigir, Estado não, contribuinte, pois, infelizmente, há uma cada vez maior distância entre o Estado (e quem o representa) e, “todos os nós” que o suportamos. São dias como estes que me fazem pensar que, um dia deste, tenho de acordar como Primeiro-Ministro “para meter estes país nos eixos”.
Às vezes, há coisas estranhas. Outras vezes, há coisas ainda mais estranhas. A entrevista feita ao Joaquin Phoenix pelo David Letterman está nesta última categoria.
Eu tenho uma admiração especial pelo JP, em particular pelo seu magnífico papel em “Walk the line” (ou “En la cuerda floja”.. na versão de nuestros hermanos…). Mas depois desta entrevista, seja qual for a explicação para a mesma (e as versões vão desde “encenação” até os “inevitáveis efeitos colaterais das drogas”… se bem que num registo bem diferente de outro momento “químico” da tv.. sim, a entrevista da Nelly Furtado), só espero que ele não cumpra a ameaça de se dedicar ao “hip-hop”! Irmão Joaquin, há uma Igreja para ti deste lado do oceano que te pode salvar!
Antigamente, eram remessas de divisas, agora são pedidos de correntes. Esta emigrante de Coimbra (na impossibilidade de ser emigrante em Coimbra, optou por… ser emigrante em Bruxelas) remeteu o seguinte pedido:
- agarrar o livro mais próximo
- abrir na página 161
- procurar a quinta frase completa
- colocar a frase no blog
- passar para cinco pessoas, à escolha
Sinceramente podia, mas não me apetece discutir a lógica do pedido. Por isso, aqui fica:
“Devemos examinar cuidadosamente a situação e depois agir.” – A Arte da Guerra, Sun Tzu
Damn it. Deveria ter lido este conselho primeiro, mas ainda estou na página 126. Fui apanhado desprevenido.. E mais uma infracção ao Manual do Sun Tzu. Para quem não conhece, devo dizer que este clássico da literatura mundial, cujo título original (孫子兵法) evidencia a sua origem, é um tratado militar escrito durante o século IV A.C. e um dos livros mais referenciados nos cursos de MBA e por gurus do mundo da gestão… Ou seja, renovo a advertência em relação à minha pessoa: Tenham medo, muito medo!
Ora, para terminar, a selecção dos cinco felizes contemplados:
Saozinha (evita qualquer referência ao SLB s.f.f…)
Toquinhas (agora que és “licenciada sem vencimento”, não tens desculpas)
Isto pode não só parecer, como também ser estranho, mas um dia destes ecoou na minha cabeça a seguinte frase: “Tenho saudades de Direito Internacional Privado”. Curiosamente a ligação seguinte foi a chuva.
Hoje li no público que Janeiro de 2009 foi o terceiro mais chuvoso deste século, sendo que em primeiro lugar estava Janeiro de 2001. Ora lá está, em Janeiro de 2001 andava eu às voltas com Direito Internacional Privado e com muitas outras coisas importantes na minha alma. É estranho, porque a terceira associação de ideias que tive foi a insónia que tive nesse mês de Janeiro (primeira e única, felizmente, pois são notórias as minhas capacidades de atleta de velocidade no desporto de adormecer… e, ao contrário do que certas cabeças maldosas estão certamente a pensar, nada tem a ver com actividades extra-curriculares, muito pelo contrário…).
Para quem não sabe, DIP é considerado o cadeirão da FDUC (… ou pelo menos no meu tempo).. e entre muitas outras coisas, tínhamos de encaixar um sem número de autores (se, normalmente, para o mesmo problema há duas posições jurídicas diametralmente opostas, em DIP são umas cinco ou seis). Lembro-me de alguém fazer equipas de futebol com os nomes dos autores, distribuídos pela equipa europeia e pela equipa norte-americana, e ficcionar hilariantes relatos de futebol: “Cavers finta Villela e centra para Brainerd Currie que fuzila de cabeça e faz goooooooolo… Batifool ficou que nem um “rochedo de bronze” – admito que seja um sentido de humor muito específico, mas acreditem que estou a rir!
Lembro-me também o momento hilariante em que dei por mim (e outras pessoas também deram) a entrar na sala 7 da FDUC cantando, em jeito de faducho, “Aí Ehrenzweig, Ehrenzweig”!!