Poderia bem ser uma mensagem cifrada com a resposta para a “pergunta universal” (sempre seria mais elaborada do que “42”), mas, caros leitores, é com muito orgulho em mim próprio (!), que posso dizer que se trata do meu registo “cronométrico” na meta da meia-maratona de Portugal, a qual decorreu no passado domingo.
Contra todas as expectativas (minhas), corri sem parar os 21km que tinha definido como desafio pessoal este ano (sim, a minha “check-list” de resoluções de ano novo começa a ficar mais composta!). E deixem que vos diga que correr 21km é bem diferente (ah Lili Caneças, como te compreendo do ponto de vista meta-epistemológico) de correr 10km (a maior distância que tinha feito até ao fim-de-semana passado).
Ainda na manhã desse domingo, tinha pensado que não estava preparado para correr essa distância, estava com dores nos músculos das pernas, resultantes, em parte, da mini-maratona do Porto, que tinha corrido no fim-de-semana passado…. Sim, e tinham sido apenas 6km, que me deixaram de rastos (e aos meus companheiros “rambos”, Kiko e André… por inversa ordem de “rambice”), como iria sobreviver a 21km?
Mas, uma vez em cima da ponte Vasco da Gama, uma ideia simples mudou tudo: “este é o meu desafio” Nada mais poderoso que um desafio colocado a nós próprios. Na verdade, na minha perspectiva antropológica, acho que tendemos a pensar a vida como um “bem infinito” e fugimos à evidência de que viver é apenas presente. Quantas mais hipóteses terei de correr uma meia-maratona e de concretizar um “desafio pessoal”? A resposta para mim foi clara: “Não sei, mas tenho "nas minhas pernas" a decisão de aproveitar uma”.
E assim foi. Inspirado pela visão viril e selvagem do Tejo (a adjectivação não ficaria completa com “ventosa”, o que, no conjunto, encerra algumas figuras de estilo de fino recorte), especialmente enquadrada na ponte Vasco da Gama, e na companhia do meu fiel “leitor de MP3” (.. que não é um ipod…), iniciei a minha gesta histórica ao comando das minhas duas pernas! Sem dramatismos, posso dizer que é uma batalha dura e desgastante, quer contra o cansaço físico, quer contra a “voz da razão” (“mas afinal o que ganhas em correr 21km? Não era melhor ficares na caminha? Pára lá, e vai para casa que correr de manhãzinha não é para ti”). Felizmente, o meu demiurgo criativo interior costuma mandar a minha voz da razão dar umas “grandes voltas ao bilhar grande” (apanhar na bilha também era capaz de ser uma metáfora gira), e só parei mesmo depois de cortar a meta junto ao pavilhão de Portugal (já agora, senhores da organização, evitem colocar portais publicitários que se assemelham a metas antes da verdadeira meta.. nem imaginam os danos psicológicos que se sente quando se desfaz essa miragem!!).
Merecem especial agradecimento todas as bandas que tocaram no meu leitor de mp3, sem vocês não teria conseguido enfrentar o desafio, renovando energias quando elas pareciam não existir. No entanto, não poderia deixar de destacar e agradecer com especial emoção ao Dave Grohl e aos Foo Fighters, cerca do km 14, no início da mais cruel das subidas…
E assim termino, esperando que as minhas palavras possam inspirar alguns de vocês a lançarem o mesmo desafio pessoal e, quem sabe, fazerem-me companhia na próxima meia-maratona.
Agora que reparo, 42 é o número de km da maratona… naaaaa
Este fim-de-semana tive a confirmação (ou melhor, re-confirmação, porque dúvidas nunca existiram), de que os “The Big Church of Fire” são precursores de um movimento artístico que extravasa, de largo, a música. Ou melhor, que o seu universo criativo musical é de facto um universo artístico.
Tudo isto para dizer que, para aqueles que se tenham lançado à “boleia pela galáxia” dos “The Big Church of Fire”, devem anotar no vosso “guia” o seguinte filme “9 Songs”, um dos “mais conseguidos” filmes do movimento artístico liderado por quem vocês já imaginam.
A semelhança do que acontece com a vossa banda preferida, devo advertir que o referido filme é “the real thing”, “puro e duro” (acreditem, não estou a utilizar eufemismos).
Eu não vou resumir a história do filme (o que nem seria muito difícil…), nem fazer crítica cinematográfica, mas posso dizer o seguinte, começa e acaba com os Black Rebel Motorcycle Club (Whatever happened to my rock&roll –punk song, e Love burns, respectivamente), pelo meio também tocam: Primal Scream, Dandy Warhols, Elbow, Franz Ferdinand, Super Furry Animals The Von Bondies e Michael Nyman….. mas posso garantir, que as imagens e sons que vão ficar na vossa cabeça não vão ter nada a ver com a “performance” destas bandas ao vivo, mas absolutamente “a dos actores”… e mais não digo. Lateralmente, espero que, no final, depois de recompostos pela “esfrega de porno rock”, se lembrem da Vossa Igreja, para confessar os pecados!! Segundo a Blender “The most sexually extreme mainstream rock movie ever”. Lets look at a trailer?
PS: Começa o Outono, e de facto, é bom ceder à tentação de ficar em casa a ver “dvds”, especialmente quando se vai à terrinha. Para além do supra mencionado porno rock movie, tive a oportunidade de finalmente ver o “mui famoso "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy" e sim, é um filme surreal, não recomendado para quem gostar de certos livros, certas músicas e certos filmes (afinal, está tudo ligado, tudo é uma coisa e apenas uma, e o extremo de algo é o inicio de algo) .... Um “must see”, quanto mais não seja pelo início musical fabuloso “so long and thanks for all the fish”
"Apito Final: TAS iliba FC Porto e arrasa Liga e FPF O Tribunal Arbitral (TAS) não está convencido que F. C. Porto ou Pinto da Costa tenham cometido actos ilícitos sobre a participação do FC Porto na Champions, sendo particularmente crítico em relação à justiça desportiva portuguesa. (...)
Segundo o documento, a que o JN teve acesso, «as duas decisões da CD da Liga Portuguesa e do CJ da Federação não demonstram que o FC Porto, ou o seu presidente, tenham estado envolvidos em actividades ilícitas», acrescentando que «nem o TAS, nem a UEFA, estão vinculados às normas da justiça desportiva portuguesa».
Segundo o jornal, há até uma referência à forma «estranha» como decorreu a célebre reunião do Conselho de Justiça do dia 4 de Julho e que confirmou o castigo de Pinto da Costa, ao mesmo tempo que recorda que ainda há recursos à espera de decisão dos tribunais.
O acórdão revela, igualmente, que Benfica, V. Guimarães e UEFA serão obrigados a pagar 10 mil euros cada ao FC Porto, para custear as despesas de todo o processo, como viagens e custos com advogados, que se arrastou durante grande parte do Verão.
O painel do TAS encarregue de apreciar este caso ficou «totalmente satisfeito» pelo facto de a norma 1.04 dos critérios de admissão das equipas na Liga dos Campeões, que diz que qualquer clube que esteja ou tenha estado envolvido em actos destinados a adulterar a verdade desportiva fica proibido de participar nas provas da UEFA, não ter sido adoptada nesta situação" - Diário Digital
E como uma certeza inevitável, os “The Big Church of Fire”, fizeram a sua aparição na cidade de Portalegre, recebidos de braços abertos pelo pessoal do CAE.
Pessoalmente, e esta é a única perspectiva que posso adoptar, apesar de diversos “pregos” e dificuldades técnicas, foi o verdadeiro “fucking rock concert”, o concretizar de um sonho intemporal.
Foi um momento de comunhão com os meus camaradas espirituais, Pilgrim Louie e Friar Funk, o resultado de diversos ensaios, “brainstorm” criativo e algumas considerações sobre o “tempo” e sobre estar fora dele… como se tal coisa fosse possível!
Muitas razões para que este concerto fique guardado no lugar das coisas especiais. A presença e apoio da minha “Feiticeira”, dos meus amigos (e não posso deixar de destacar as presenças do Kiko e do André, bem como da Lulu Toquinhas e da Saozinha e ainda da Marisa – ou rapariga sem sono e do André, grandes visionários e responsáveis pela realização do concerto).
A partir do momento em que se abriu a porta de acesso ao palco, não houve nem um momento de hesitação. It was meant to be. Claro que houve enganos, falhas, material que avariou, cordas partidas, Jack Daniels e Martini. Mas houve sobretudo a nossa vontade de mostrar às pessoas presentes que o mais importante era a comunhão de todos no manto da nossa música.
Se fomos bem ou mal sucedidos, essa é uma questão com a qual ainda me debato hoje. Mas fica sobretudo a satisfação de ver os sorrisos das pessoas que ali se deslocaram para nos ver tocar.
Deixo algumas fotos do “evento”, prometendo para breve “imagens reais”
Não ficam radiantes quando descobrem que a energia atómica da fusão de algumas particulas musicais do vosso universo também existe em universos paralelos: Aqui fica mais uma, para assinalar o dia em que os cientistas do CERN carregaram no "on" e um novo universo surgiu (ou vários, o que é a mesma coisa, do ponto de vista gnoseológico): Apresento Lisa Germano e Iggy Pop:
"Ao quarto dia do nono mês do ano do Senhor de mil novecentos e setenta e nove, Ele veio a este mundo com toda a sua glória e inocência. Ao quinto dia, fugiu para Las Vegas com a enfermeira de serviço da maternidade e um biberão de JD" . Livro Génesis, salmo 1