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Quinta-feira, 26 de Abril de 2007

O médico filósofo e o santinho

Poderia ser uma parábola ou um conto de La Fontaine.. mas é apenas o título para mais um episódio da minha fértil realidade.. Poderia ainda ter adicionado uma terceira personagem, o “médico incompetente, negligente, charlatão e usurário”, mas não vale a pena gastar o meu latim com mais um badocha.. bem, não gasto o latim, mas posso gastar um bocadinho mais do meu português (Prof. Norberto, confesso que ficaria extremamente triste com a minha actual “fluência” em latim .. “rosa, rosae” e pouco mais…). Sou um defensor do sistema universal, público e gratuito de ensino, incluindo o ensino superior, obviamente. Sem grandes considerações, a minha posição normalmente costuma ser entendida como um indício (preocupante) do meu “eventual comunismo”. Mas a verdade, é que a sua justificação acaba por ter muito mais a ver com o conceito de mercado de concorrência perfeita (como poderão constar, raras coisas são escritas de forma inocente….), do que qualquer conceito de marxista-leninista: para que o mercado seja contestável os agentes económicos devem possuir condições e informação simétrica, permitindo que exista verdadeira concorrência entre eles e o verdadeiro funcionamento da lógica de mercado.. wow.. grande desvio da minha temática.. tudo isto para dizer que é inadmissível o estado deste país no que diz as restrições de acesso a medicina… felizmente que há uma coisa chamada União Europeia e liberdade de circulação de pessoas (sim, o cartaz do gato fedorento, mais do que humor, é humor do negro.. ou por outras palavras, um retrato de humor de uma realidade negra).

 

Então, depois de ter saído do consultório do médico badocha e pago uma fortuna para saber aquilo que já sabia (quer dizer, tenho que ser exacto, sai a saber algo que não sabia: que se tivesse sido treinado, poderia ter sido contorcionista graças à flexibilidade das minhas articulações… sem dúvida que não é uma informação desprezível).

 

Como nesse fim-de-semana fui visitar a família ao norte, decidi que, se esta era a qualidade que me reservava um consultório privado, mais valia recorrer aos serviços do SNS, até porque pago para eles. E para aqueles que não fazem ideia de como ainda se vive na província, quando alguém está doente e precisa com alguma urgência de uma consulta médica (digamos, com 6 meses), tem de recorrer às urgências dos hospitais. Foi o que fiz. Antecipando a conclusão, mesmo que não resolva o meu problema físico, valeu pela experiência de devaneio surrealista!

 

Por momentos pensei que me tinha enganado, e que na verdade estava a bater à porta de S. Pedro, e que, contra todas as probabilidades, tinha ido parar ao “céu” e me convertido em santo (eu disse contra todas as probabilidades, mas a mecânica quântica tem destas coisas), pois o médico não parou de me tratar de santo e santinho… confesso que pelo facto de ser acompanhado pela palpação do meu pulso, deixou-me ligeiramente desconfortável (até porque ele tinha “mãos moles”, se é que percebem o alcance desta observação). Mas aqueles que me conhecem sabem que, por regra, sou muito “easy going” e esforço-me por manter a mente aberta”, pelo que me limitei a sorrir e a ver no que aquilo dava.. Palavra puxa palavra e fico a saber que “Dom Ramiro” tinha quatro licenciaturas: Filosofia, Farmácia, Medicina, Teologia, um mestrado em teologia e encontra-se a preparar o doutoramento. Caso para utilizar, mais uma vez, a interjeição “wow”.

 

Palavra puxa palavra dei por mim a falar sobre filosofia, sobre a metafísica dos costumes de Kant, sobre filosofia tomista, sobre Heidegger, Kierkgaard. Husserl, Edith Stein (também conhecida por Santa Teresa Benedita da Cruz … e depois ainda falam das traduções dos títulos dos filmes!!), Sartre e Camus. Pelo meio, ainda houve tempo para falar de Coimbra e de uma curiosa história que junta: “apêndice”, “operação”, “foice e martelo”, “sentido de humor” e “Vital Moreira”… deixo que a vossa imaginação junte os pontos!

 

Se com o “médico badocha”, os 5 minutos de consulta foram divididos na proporção de 2 minutos de consulta efectiva contra 3 minutos ao telemóvel com a “senhora Fátima”; com o “médico filósofo”, a proporção foi de 4 minutos de consulta efectiva e 10 minutos de divagação surrealista, embora sem a “senhora Fátima”… mas com a “Santa Teresa Benedita da Cruz”!!

 

Mas a história não termina aqui.. Sim, desta vez acabei por ser medicado. No entanto, para minha surpresa, quando cheguei à farmácia, fui informado de que aquele medicamento já não era vendido na quantidade receitada pelo médico, pelo que, para que fosse possível beneficiar da comparticipação do Estado, teria de voltar ao hospital e pedir ao médico a substituição da receita. Devem imaginar o meu esgar de ironia a olhar para o farmacêutico. Ok, pensei, será que consigo escapar desta sem uma reflexão metafísica? Chegado ao hospital, disse ao recepcionista o que se tinha passado e que bastaria ele pedir ao médico para substituir a receita de acordo com as instruções do farmacêutico. Mas claro, “Dom Ramiro” achou que não podia perder a oportunidade para me tentar convencer das virtualidades da filosofia kantiana e pediu para eu regressar ao consultório. O facto de ter entrado na urgência ao mesmo tempo que um doente transportado por bombeiros, em estado manifestamente mais crítico do que eu (quer dizer, “in se”, mais crítico do que eu é difícil!), me fez pensar na curiosa evidência daquela situação. Mas vai daí, quem é capaz de comparar as urgências do corpo com as urgências do espírito?.

Desta vez, os 10 minutos que demorou a “consulta” fiquei a saber que, na opinião do “Dom Ramiro”, no Vaticano, à excepção do Papa João Paulo II, todos são pecadores… se ele o diz..  Isto enquanto me contou a história do seu encontro com o dito cujo e com um “bispo pretinho”.. No final, recomendou-me a leitura de alguns dos seus artigos que estão disponíveis na Internet, escritos para a Universidade do Vaticano e de Buenos Aires (estes últimos, em latim…).

 

No acerto final de contas, para além do surreal e divertido episódio, fica promessa da leitura de “O movimento e o espaço segundo Kant” e “The sense of special relativity between physis and philosophy” e a vontade de confrontar as minhas reflexões metafísicas com Kierkgaard. E o pulso? Se não curar, resta-me encomendar a minha dor ao existencialismo da Santa Teresa Benedita da Cruz!

 

PS. Dito e feito. Acabei de comprar “The sickness unto death”, enquanto fazia tempo para ver “Inland Empire”… será coincidência?

 

 

música: Tu disseste - Mão Morta
publicado por O Carteiro às 00:59
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Sexta-feira, 20 de Abril de 2007

Eu não diria melhor...

aleph.jpg

 

“Como Cornélio Agrippa, soy dios, soy héroe, soy filósofo, soy demonio y soy mundo, lo qual és una fatigosa manera de decir que no soy”. (…) Sé que me acusan de soberbia, y tal vez de misantropia, y tal vez de locura. Tales acusaciones (que yo castigaré a su debido tiempo) son irrisorias. Es verdad que no salgo de mi casa, pero también es verdad que sus puertas (cuyo número es infinito) están abiertas día y noche a los hombres y también a los animales” – Jorge Luis Borges, El Aleph

música: weapon of choice - brmc
publicado por O Carteiro às 10:31
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Quarta-feira, 18 de Abril de 2007

Há dias assim...

...Em que uma música é bem mais do que uma música.. sem aviso e sem explicação...

"Immortality"

vacate is the word...vengeance has no place on me or her
cannot find the comfort in this world
artificial tear...vessel stabbed...next up, volunteers
vulnerable, wisdom can't adhere...
a truant finds home...and a wish to hold on...
but there's a trapdoor in the sun...immortality...
as privileged as a whore...victims in demand for public show
swept out through the cracks beneath the door
holier than thou, how?
surrendered...executed anyhow
scrawl dissolved, cigar box on the floor...
a truant finds home...and a wish to hold on too...
he saw the trapdoor in the sun...
immortality...
i cannot stop the thought...i'm running in the dark...
coming up a which way sign...all good truants must decide...
oh, stripped and sold, mom...auctioned forearm...
and whiskers in the sink...
truants move on...cannot stay long
some die just to live...
ohh...

música: Pearl Jam
publicado por O Carteiro às 01:06
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Segunda-feira, 16 de Abril de 2007

Das Energi

Das Energi

Williams, Paul. Das Energi. New York: Warner Books, 1978.

 

  Revolution is a personal matter. You create the world; you must change it.

O equilíbrio é uma ilusão.

Consome-se demasiada energia gravitando em torno do equilíbrio. Pelo ponto certo no tempo e no espaço. E para que? Qual é a finalidade?

A realidade não existe como conceito absoluto. A realidade vive dentro de cada um de nós. 

“I will start a revolution”. Acredito que não é por comodismo que digo isto, mas a única revolução que nos devemos empenhar é a nossa revolução pessoal. Não só é única que nos permite assegurar a autenticidade da luta, como também é aquela que é a mais difícil. Mas parto para essa luta desconfiado. Será possível uma verdadeira revolução, um corte, uma fractura vivencial. Tenho dúvidas e sinto-me atemorizado por essa ideia. Ao longo da história, independentemente da perspectiva que seja adoptada, sociológica, cultural, económica, política, vemos que as revoluções não existem, são uma ilusão. Por mais violento que seja o facto revolucionário, vemos que o mesmo apenas atinge a epiderme do fenómeno que se pretende descontinuar. A derme, essa fica intacta, e dela parte a reconstrução da epiderme.

Não sei se a responsabilidade deste amargo discurso resulta da minha afinidade com o existencialismo ou, mesmo admitindo a possibilidade de contradição, da evidência da minha amarga existência.

Desconfio quando dentro de mim se formula a ideia, a vontade ou a ilusão de que vou mudar. Mas é dessa ideia, vontade e ilusão que pulsa grande parte da energia de viver. Resta-me manter a chama do meu PREC pessoal acesa, pois em verdade vos digo: “Revolution is a personnal matter. You create the world, you must change it”.

música: Complicated Situation - BRMC
publicado por O Carteiro às 01:03
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Quinta-feira, 12 de Abril de 2007

Aimee Mann em Lisboa!

 

Aimee in Lisbon

July 25 2007, Aimee Mann will be playing at the Lisbon Coliseum in Lisbon Portugal.

Oh Yeah!!

PS. Já agora, para quem estiver interessado http://www.aimeemann.com/

música: Save me - Aimee Mann
publicado por O Carteiro às 09:13
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Quarta-feira, 11 de Abril de 2007

And back again

Para os meus queridos leitores já saudosos das minhas divagações metafóricas, tenho o prazer de anunciar o meu regresso! Bem, eu sei que isto é maldade, pois o prazer é todo meu, afinal eu é que estive de férias, enquanto a maioria ficou de castigo existencial!!

 

Foi uma experiência fantástica, mesmo quando na contabilidade final tenho de incluir: os stresses da partida, com o cancelamento do voo e a sua antecipação para cerca duas horas antes da partida, duas prováveis contraturas musculares, uma eventual tendinite no pulso e montes de arranhões… das pedras, entenda-se!

 

De Marrocos fica uma boa imagem, com as devidas reservas, claro. No entanto, devo dizer que esperava mais caos e cultura terceiro mundista do que aquela que encontrei. Especialmente em Casablanca, onde dêmos um salto enquanto esperávamos a escala para Agadir. Aliás, essa viagem de “grand táxi” foi um dos momentos altos, logo a abrir, com a possibilidade de vivenciar o fenómeno rodoviário marroquino! No regresso, ainda houve tempo para ficarmos parados no meio da auto-estrada, a devorar umas sandes “sabe-se lá bem feitas de que” (à excepção das sandes da “skategirl”, que, pelo facto de ser vegetariana, teve direito a umas peculiares sandes de cebola e azeitonas) depois de uma avaria do nosso táxi, mas que foi providencialmente substituído por um outro táxi de um familiar do nosso taxista que entretanto vinha atrás de nós porque ia jantar a casa do nosso taxista e não sabia o caminho e estava cansado… confuso, não é? Morocan style!

 

Ok, chegados a Agadir encontramos outro personagem peculiar, responsável por algumas das mais “breath-taking experiences” da nossa estadia.. Mircea, se me estás a ler, tem compaixão pelo Zion, ele é capaz de não resistir a muitas simulações de gravidade zero nas dunas!!

 

Quanto ao surf camp, inicialmente fiquei um pouco aborrecido porque as imagens do site não correspondiam ao actual surfcamp, que mudou de instalações e que, para nossa infelicidade, ainda está em construção! Mas, isso foi rapidamente superado pela hospitalidade do nosso anfitrião, the master Grilo e pelas restantes pessoas que acabaram por fazer parte da família “La Paix”.

 

De resto, foi tudo boas ondas, mesmo quando as mesmas faltaram no mar! Claro que pelo meio, não faltaram aventuras, cenários surreais e conversas sem fim.. e algumas, sem nexo! Para o efeito, destacaria alguns flashs:

·      O insólito da presença de marroquinos no sítios mais inesperados (também subscrevo a teoria da ocupação territorial do Nuno!), sempre prontos a fazer negócio, seja vender “cacohuetes”, sumos de laranja ou beber um chá no meio de “nowhere”, numa gruta perdida em “paradise valey”, com um luar fantástico ou então encontrar às 3 da manhã uma pessoa no meio de uma via rápida, como se estivesse a dar um passeio pela Rua Augusta.

·      As aventuras rodoviárias marroquinas, em particular em Casablanca, no “grand táxi”… ou então as aventuras romenas de jipe!!

·      As “discotecas” marroquinas e a contradição de costumes desse país. Uma conversa numa “discoteca”, com um ser do sexo feminino, provavelmente teria a seguinte sequência: Q: “what is your name?” R: “1000 dihrams”!

 

Resumindo e concluindo, foram umas belas férias, que abrem o apetite para mais. E mais não digo… até ver!

 

PS- Aqueles que se dignaram a fazer comentários na minha ausência, o que muito me apraz (!) já podem encontrar paz para as suas inquietudes existenciais!

 

música: Fun Lovin Criminals - My sin
publicado por O Carteiro às 01:18
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