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Os mais invejosos, questionam-se como é possível. De novo, em viagem. A verdade é que a resposta é bem mais simples do que poderia parecer à primeira vista. Passar das palavras aos actos. E desta vez, a sequência não só foi esta, como não deu muito espaço para hesitações.
E estão lançados os dados para mais uma aventura na companhia da minha surf sister e um bando de surfistas, boa onda! Mas a minha “surf sister” merece um público elogio pela sua capacidade de organização, encontrando lugares em voos que mais ninguém encontra e tomando as decisões que se impõem! Incluindo ter já assegurado álcool e bailarinas do ventre no nosso surfcamp! Desta eficiência bem podem ter inveja!!
Assim, um grupo de tugas vai para Marrocos fazer surf (bem, no meu caso, dizer que vou fazer surf é um bocadinho abusivo.. vou tentar fazer uns take-off, quando muito.. mas o espírito é que conta, certo?). Em todo caso, confesso que até a mim a ideia soa um bocado estranha: mas quem é que vai fazer surf para Marrocos? Talvez seja curioso notar, que, aparentemente, no grupo ninguém sabe bem quem teve a ideia original.. Anyway, já depois das viagens marcadas, tive a oportunidade de ver o site do Lapoint Surf Camp (www.lapointsurfcamp.com) e devo dizer que as minhas hesitações (eu nem lhes chamaria bem hesitações, pois não houve espaço para isso) desvaneceram ao ver a paisagem magnífica, cheia de ondas intermináveis… e, vá lá, admito, não muito grandes… quer dizer “ondas metro/metrinho”!!
Também não deixa de ser curioso que este surf camp seja gerido por um tuga.. é mesmo verdade, estamos em todo lado!
Para terminar, deixo uma música bem apropriada, ou por outras palavras, “grande malha”:
We don’t like you we just want to try you
I’m tired of runnin’ the feeling ain’t comin’
This all could be simpler it all could be simpler
But all this is sickness the feeling ain’t in this
We don’t know where to stop
We don’t know where to stop
I try and I try but I can’t get enough
I won’t fail you but you won’t bleed for me
Have I been sinful have I been sinful
It’s all been nothin’ your good ain’t for nothin’
It’s hard not to die when your time has been killed off
But I have been grateful you know this could take hold
We don’t know where to stop
We don’t know where to stop
I try and I try but I can’t get enough
I won’t fail you but you won’t bleed for me
Try keep your head up high
Time burns so deep inside you
Rips your throat out
We don’t like you we just want to try you
I’m tired of runnin’ the feeling ain’t comin’
This all could be different it all could be different
But all this is sickness the feeling ain’t in this
We don’t know where to stop
We don’t know where to stop
I try and I try but I can’t get enough
I won’t fail you but you won’t bleed for me
Para fazer a ligação com o post scriptum (e com a minha aquisição automobilística! Finalmente!), vejam o vídeo http://www.youtube.com/watch?v=mNJrP7-Ks7U
PS - Continuo à procura de companhia para a viagem aos States, agora calendarizada para Setembro/Outubro.
Decidi fazer um pequeno exercício de análise “não-exegética” de uma canção, em escrita “automática”, como um exercício de exploração do subconsciente (ou seja, elevado risco de ser autêntico!). A ideia não é inovadora, não só em geral, mas também em particular. Esta foi inspirada num curioso trabalho de um tipo que decidiu oferecer à sua mãe um livro de interpretação das músicas dos Tool, como prenda de aniversário e que podem consultar em http://www.vanillacircus.net/book/tool_book.pdf.
Serve também para desmistificar aquilo que se chama de “heavy music”, carimbado com a interpretação do género “isso é só barulho!” Como toda a música, há boa música e má música. E é você que decide!
A minha escolha recaiu numa das mais fantásticas músicas dos Tool, com o título “Pushit”, do álbum “Aenima”, embora a versão aqui apresentada seja a versão “live”, que está na caixa de surpresas “Salival”. A escolha prende-se não só pelo facto de ser uma gravação quase mítica entre os fãs dos Tool, mas porque, infelizmente, é uma das músicas que (ainda!) não tive oportunidade de “sentir” ao vivo. Acredito que música é um veículo privilegiado de transmissão e exploração de emoções e sentimentos, ou seja, como já tive oportunidade de referir, aquilo que verdadeiramente nos diferencia como seres humanos. Importante para mim é a forma como a música me permite explorar aquilo que de mais íntimo existe em mim e que não consegue encontrar outras formas de se exprimir e de sintonizar com algo que revejo como equilíbrio emocional (ou algo próximo disso). A música é algo sensitivo, que não se confunde nem com as notas musicais nem com a letra (quando existe). Liga-se com o nosso interior, que é bem mais universal do que aquilo que tendemos a aceitar.
No entanto, neste caso, a letra dessa música não só é uma componente importante da música na sua unidade, como também é um belo poema só por si, e merece ser lido com toda a atenção e sensibilidade.
Para começar, faço minhas as palavras do James Maynard Keenan:
“We’ve been trying something a little different this tour. We’ve been looking at one of our songs from a different angle, under a different light, so we can hopefully kind of see it almost for the first time. We’d like try that for you tonight, is that okay?
We’re gonna need your help though. We’re gonna need your help and your permission, so we need you to find a comfortable space, that is not only comfortable, but vulnerable.
I want you to shut your eyes and go there, and we’ll meet you on the other side...”
E a viagem começa:
“Saw the gap again today.
While you were begging me to stay.
Take care not to make me enter.
If I do we both may disappear”.
Os primeiros versos são dotados de uma crueza, brutalidade e beleza de cortar a respiração. Uma imagem poderosa para um sentimento de igual dimensão. “Saw the gap again today” ecoa cá dentro, de forma melodiosa e frágil. É uma evidência de dor, é uma evidência de ruptura, de tensão entre duas pessoas unidas quando entre elas existe um abismo que está destinado a crescer e a eliminar a existência dessas pessoas se elas se mantiverem unidas. No entanto, existe um desequilíbrio, apenas uma das pessoas vê o abismo, enquanto a outra pede para que as duas fiquem juntas, ignorando o abismo.
“Saw the gap again today.
While you were begging me to stay
Managed to push myself away
And you as well, my dear
And you, as well
Pushed you away my dear”
Enquanto ecoa o som no abismo, a consciência da sua existência é a consciência de um afastamento. Existe um afastamento emotivo que permite ignorar o abismo. Mas pressente-se que é impossível manter essa ilusão por muito mais tempo.
“I will choke until I swallow
Choke this infant here before me
What are you but my reflection?
Who am I to judge or strike you down?”
A união é um reflexo de nós. A dúvida ataca o narrador, como é possível julgar ou atacar alguém tão próximo? No amor ou no seu fim, nunca há vencedores nem vencidos.
“But you’re pushing me
And Im shoving you
And your pushing me
And Im shoving you”
A tensão emerge. O afastamento é contraposto com o movimento contrário da outra pessoa. O narrador é gradualmente imerso numa sensação de afogamento, de arrastamento num lodo, em que o movimento de libertação acaba por prender ainda mais.
“Rest your trigger on my finger,
Bang my head upon the fault line
You better take care not to make me enter
If I do we both may disappear
But you’re pushing me
And Im shoving you
And your pushing me
And Im shoving you
You still love me
We’re pushing and we’re shoving
And you’re pushing and I’m shoving
You still love me
And were pushing and were shoving
And I’m pushing as your shoving”
O cansaço toma conta de quem se quer libertar. A intensidade dos sentimentos distorce a percepção da realidade. A linha de fronteira é muito ténue. É difícil tomar a decisão de afastar alguém que invoca o seu amor por nós. A culpa pelo sofrimento do outro acaba por se sobrepor ao sofrimento de quem sabe que existe um abismo entre as duas pessoas. O amor assume contornos doentios e há laços difíceis de quebrar. Existe a consciência no narrador de que a outra pessoa não vê o abismo ou finge não ver e no ar paira a acusação de ser ele a criá-lo.
“And Im slipping back into the gap again
I feel alive when you touch me...
I feel alive when you hold me......down
Slipping back into you
I am somewhere I dont wanna be (yeah)
Put me somewhere I dont wanna be
Push me somewhere I dont wanna be
Seeing someplace I don’t wanna see
Never wanna see that place again...”
É tão difícil virar costas ao abismo e tão fácil escorregar para ele. O narrador sente-se arrastado pela sucção do abismo da outra pessoa. Um abismo que já foi nosso porto de abrigo. Mas ficar é negação de quem o narrador é, significa anular a sua individualidade. Ser alguém que não se quer ser, estar num sítio onde não se quer estar, ver aquilo que não se quer ver. Mas o sofrimento sufoca, é um torniquete na garganta. O narrador inicia o seu renascimento da dor…
“Saw the gap again today
While you were begging me to stay
Managed to push myself away,
And you as well, my dear
If, when I say I may fade like a sigh if I stay,
You minimize my movement anyway,
I must persuade you another way”
Sente-se ultrapassado o ponto de retorno. Não há regresso possível. Ainda assim há uma última tentativa do narrador para minimizar a dor da outra pessoa.
“Pushing and Shoving and
Pushing and Shoving and
Pushing me
There’s no love in fear”.
Mas a tensão agrava-se. Não existe espaço para respirar. O narrador atinge o ponto crítico. Um grito rebenta o peito: No medo, não pode haver amor.
“Staring down the hole again.
Hands are on my back again.
Survival is my only friend.
Terrified of what may come.
Remember I will always love you,
As I claw your fucking throat away.
It will end no other way”.
O narrador olha o abismo novamente, mas desta vez tem as mãos atrás das costas. A libertação concretiza-se. Na consciência lateja um triunfo amargo, um triunfo de sobrevivência. A sobrevivência é mesmo o nosso único aliado contra a dor. Existe um momento para sofrer certamente, mas não nos podemos acomodar ao sofrimento, pois o mais certo é desvanecermos, quebrarmos, implodirmos a nossa existência. O amor não é altruísmo. O sofrimento não pode ser elo que mantém o amor. A violência da ruptura é inevitável, com danos irreparáveis, mas não se pode hesitar. Uma hesitação e podemos irremediavelmente cair no abismo. “Remember I will always love you/ As I claw your fucking throat away/ It will end no other way”.
PS – Tal
Ontem celebrei o meu regresso às mini-maratonas!! É bom poder celebrar isto, já que a celebração do aniversário da metáfora do carteiro parece ter de esperar pelo próximo ano (claro, à excepção da celebração “arriba Mondego”, querida Anita…. antes que reclames do meu esquecimento!!).
Foi a primeira travessia da ponte 25 de Abril a correr.. quer dizer, até metade da ponte, não se pode dizer que tenha corrido, foi mais praticar “carrinho de choque humano”!! e daí, às vítimas, peço desculpa por qualquer coisinha! Desde já faço o meu apelo às organizações destes eventos para tentarem atenuar este efeito. Na verdade, penso que algo do género, “quem quiser caminhar, faça o favor de circular pela direita”. Pela direita sim, pois pela esquerda é que surge o avanço!! (aí estes trocadilhos!). Bem, o importante é deixarem correr quem quer correr. Porque de resto vai ser inevitável uns pequenos “encontrões”, pois, para além de caminharem, a maioria gosta de bracejar e esquece que quem vai a correr e tem de os contornar estes obstáculos, espera que pelo menos eles não se mexam, porque, caso contrário, o choque é inevitável. Estou a referir-me me particular a um sr. Badocha (e badocha aqui engloba a componente física do sinistrado) que ficou aos berros atrás de mim depois de ter sido “albarroado” enquanto bracejava que nem uma gaivota em cima da ponte.. mas nem assim veio atrás de mim para tirar satisfações.. (serve de exemplo para que pratique mais desporto!!) e como levava o meu mp3, praticamente não ouvi o que ele disse… ou seja, não me apercebi de qualquer ilícito criminal contra a minha honra!
Mas voltando à corrida, ontem esteve um dia espectacular para correr (talvez uns graus acima do ideal). Cortei a meta aos 54minutos, de acordo com a cronometragem oficial, mas a este valor à que retirar uns bons minutos gastos entre a partida e o ponto de partida (não há contradição, apenas o problema de ter 37 mil pessoas a partir ao mesmo tempo, sendo que muitas não estão assim tão interessadas em superar rapidamente o ponto de partida..). Melhor do que o tempo, foi o sentimento de missão cumprida, de ter dado o meu melhor, de ter testado os meus limites e, admito, o geladito no final teve um sabor especial!
PS- Ontem também ficou marcado o regresso “a sério” ao surf, na comapnhia da minha "surf sister"! E que belo regresso, um dia fantástico de praia, vários take-off e boa companhia (sim, o saldo é positivo, mesmo contando com a presença da “Doña Guida”!). Surf rules!!
Quem diria que o primeiro sorriso de hoje se ficaria a dever a esta música do cat stevens, já interpretada por monstros da música como os boyzone (sim, aqui monstros é em sentido literal!), mas na voz de duas figuras maiores do meu metafórico imaginário musical: Johnny Cash e Fiona Apple (este dueto não é mera coincidência, digo eu…).
E quem diria que o segundo sorriso surgiria com esta bela tradução da música para português “gostoso”!!
Pai e Filho
Johnny Cash:
Não é hora para mudanças
Apenas relaxe e se acalme
Você ainda é jovem, essa é a culpa
Há muito que você deve saber
Encontre uma garota, se estabeleça
Se quiser, bem, pode se casar
Olhe para mim: sou velho, mas feliz
Eu já fui como você é agora
E eu sei que não é fácil
Ser calmo quando se encontra
Algo desmoronando
Mas aproveite seu momento, dê uma olhada
Pense em tudo que tem
Você ainda estará aqui amanhã
Mas talvez seus sonhos não estejam
Fiona Apple & Johnny Cash:
Como posso tentar explicar?
Quando tento, ele vai embora novamente
E tem sido sempre assim
A mesma velha história
A partir do momento em que eu puder falar
Fui ordenado para ouvir
Agora há um jeito e eu sei
Que eu tenho que partir
Eu sei que tenho que ir
Johnny Cash:
Não é hora para mudanças
Apenas se sente e pegue leve
Você ainda é jovem, essa é sua culpa
Há tanto pelo que você deve passar
Encontre uma garota, se estabeleça
Se quiser, pode se casar
Olhe para mim: sou velho, mas feliz
Fiona Apple & Johnny Cash:
Todas as vezes que chorei
Guardando todas as coisas que eu sabia dentro de mim
É difícil, mas mais difícil ainda é ignorar isso
Se elas estivessem (as coisas) certas, eu concordaria
Mas são elas que não me conhecem
Agora há um jeito e eu sei
Que eu tenho que partir
Eu sei que tenho que ir
A vida é uma série de coincidências ou uma comédia de erros.
Hum.. eu disse que não dava importância a datas... mas aceito o desafio, embora através de um republicação de um artigo (uma espécie de dois em um: celebração da metáfora do cateiro e homengem às mulheres). Aqui fica a minha homenagem à Mulher que, como não podia deixar de ser, é feita na forma de algumas das mais belas metáforas que escrevi:
(pintura: Belén Mestre)
Nos dias que correm para ser um verdadeiro artista não basta fumar cachimbo e ser um alcoolico compulsivo. É preciso que as suas obras sejam postas a circular na internet sem autorização. Pois bem, decidi não conceder autorização a mim próprio para colocar no meu blog este meu poema, que será o primeiro do meu novo livro de poemas (mistério, porque será o primeiro e não o último?). Posteriormente, processar-me-ei quer criminalmente quer civilmente (a talvez psicologicamente), por violação dos meus próprios direitos de autor. No final, caso o meu livro não chegue a ser publicado ou seja um "flop" de bilheteira, poderei sempre dizer que a culpa é da internet, da globalização e do neoliberalismo capitalista selvagem.Para esta história de conspiração ganhar vida, preciso de conspiradores. Agradece-se o envio de candidaturas e CV para esta caixinha do correio. Afinal, carteiro sem cartas é como um poema sem metáforas.
"A mulher dos olhos perfeitos
I
Cerca-me a tua presença,
Com os teus pontos de fuga,
Feita em espiral de mel.
O olhar percorre este lugar,
Pintado nestas paredes
Como num berço embalado.
Afogado no meu leito,
Perco o tempo dos segundos,
Foge o coração no peito.
Surges sem qualquer aviso,
Rodopio em mim, sem razão,
Ao ver-te dançar no sonho.
Os olhos de feiticeira
Deslizam na minha pele,
Em mil beijos perfumados.
O brilho na pedra negra,
Faz mexer o meu desejo,
Entornado no suspiro,
As paredes como um círculo,
Aproximam-me de ti
Na distância de me perder.
II
Tua pele, doce e fria,
Orvalho da madrugada,
Agita a chama apagada.
Sinto o teu calor invadir,
A mais ténue resistência,
Perdida antes de se partir.
Os teus lábios, nus, vermelhos,
Esculpidos em pura seda,
Desenhados em desejos.
Ardo por um beijo teu,
Na doçura da saliva,
Na magia do encanto.
A tua voz cristalina
Surge tão forte e segura,
Como o vento que não muda,
Suspende no ar os reflexos,
Entre os espelhos complexos,
Apenas a guerra surda.
Com o brilho do teu fogo,
Sorris sem mexer o olhar,
Hipnotizas-me sem falar.
III
Silhueta de princesa
Em enigma de seduzir
Na porta aberta do quarto
Como um raio do amanhecer
Entras sem pedir licença
Ignoras o meu estremecer
O mundo torna a parar
Enquanto continuo só,
No instante do momento.
De tão perto o teu perfume
Não me deixa respirar,
Nem sequer posso falar.
Corpo desmaia sem dor,
Com o teu toque de veludo,
Na minha sombra despida.
Ardo desde que te vi,
A razão foge por ti,
Com os meus laços desfeitos,
Dá-me a bênção de ficar,
Quero adormecer a amar,
Mulher dos olhos perfeitos.
Como é do conhecimento geral, eu tenho uma certa aversão a datas, que reputo de pouco valor (a começar pelo meu próprio aniversário, embora não seja fundamentalista). A começar pelo meu próprio aniversário e a terminar sabe-se lá onde..
Mas isso não me impede de assinalar que no passado dia 26 de Fevereiro fez dois anos que a metáfora do carteiro desabrochou, que nem uma borboleta do seu casulo de lagarta. Por isso, este cantinho está de parabéns!
Lembro-me perfeitamente da ideia, do momento (o qual é mais ou menos óbvio!) e do lugar (menos óbvio, numa carruagem da CP, no trajecto Lisboa - Ovar) em que decidi construir esta caixa postal.
No entanto, não é meu objectivo analisar ou fazer grandes reflexões sobre a data (aliás, se há coisa que não me falta são momentos de reflexão). Não, o objectivo é no fundo agradecer aos meus leitores. Quer dizer, para ser honesto devo agradecer duplamente, por terem a paciência de lerem o que escrevo quando a razão pela qual escrevo sou eu próprio! Acho que já também devem ter chegado a essa conclusão, sem terem ouvido a minha dissertação sobre os meus cinco pilares. A verdade é que escrevo por mim, seguindo aquilo que concebo como o “impulso criador”, matriz do demiurgo artístico. Mas como decorre da própria natureza da arte, o impulso criador ganha é também intersubjectivo, correia de transmissão de emoções e sentidos (eu sei, estou a divagar e a mover-me num terreno perigoso, habilito-me a ser confrontado com boçais teorias sobre a natureza da arte…). O que quero dizer é que, sendo certo que escrevo por mim e porque me dá prazer, não posso deixar de relevar a minha satisfação pelo “relativo” interesse que vou suscitando aos meus leitores. No entanto, um agradecimento especial e uma renovada crítica. Um agradecimento especial para aqueles que, com muito sacrifício e abenegaçõ do corpo e da alma, vão deixando ficar os seus comentários. Uma renovada crítica, hum, penso que por exclusão de partes os meus leitores não comentadores são capazes de perceber a indirecta!
Há dias, uma amiga sugeriu-me que festejasse a data, com um encontro entre os leitores deste blog. Pareceu-me um desafio interessante que já me tinha ocorrido.
Eu adoro jantares enquanto fórum de palavra e discussão e outras coisas (sim, envolve álcool e conversas surreais). Por isso, lanço o desafio aos meus leitores: e que tal um jantar dos leitores da metáfora do carteiro? Estou aberto a sugestões. Deixem o vosso espírito criativo fluir! Até lá, parabéns a vocês…
'Goodnight and Go'