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OHOHOHOH!
Para aqueles que estiverem interessados e para aqueles que sabem ler nas entrelinhas, aqui fica um anúncio interessante:
Dia 20 de Dezembro, no meio da confussão das edições de Natal, são capazes de ficarem sensivelmente agradados por descobrirem as edições em DVD dos singles "Schism" e "Parabola" dos Tool.... já estou a sentir o sabor desta fatia de bolo-rei...
Porque penso que se votasse no Cavaco Silva tal seria um sinal de demência que recuso admitir que algum dia me possa atingir, a não ser que seja atingido por um raio de Zeus que me deixe em coma profundo e que a mecânica quântica seja capaz de explicar o sucedido no plano teórico não sendo possível comprovar a tese em virtude das limitações temporais do universo:
Fica o desabafo de rajada!!!
Tenho de começar por confessar a minha desilusão com a iluminação na Baixa de Lisboa. Eu não gosto particularmente do Natal, nem acredito no espírito natalício. No entanto, não deixo de ficar sensibilizado pelo aspecto estético da quadra natalícia. E em Lisboa, a iluminação de Natal costuma contribuir significativamente para o encanto estético da capital, convidando a um passeio pelas ruas da Baixa. Este ano, nem por isso
A começar pela Praça D. Pedro V, com aqueles horríveis laços.. bem sei que a iluminação é paga pelos comerciantes, mas não conseguiam lembrar-se de um motivo de natal menos óbvio face ao seu interesse natalício?
Depois, no centro da praça, aqueles arcos de luz em torno da estátua, na minha modesta opinião, não podiam ser mais ridículos. Apenas conseguia pensar naquelas pistolas de laser dos filmes de ficção científica dos anos 60.. série b
Outro reparo, a cor da luz. Não sei porquê mas, este ano, alguém decidiu substituir o simples branco ou dourado, por um branco azulado, cor que associo à iluminação de uma morgue (aqueles que já passaram à noite na praça da Sé Nova de Coimbra, por detrás da Faculdade de Medicina, sabem do que eu estou a falar) ou seja, nada mais apropriado para a quadra natalícia! Suspeito que alguém deve ter ganhado bom dinheiro com esta ideia luminosa a fugir para o lusco-fusco.
As ruas que descem em direcção à Praça do Comércio também são um fenómeno invulgar de mau gosto. Especialmente aqueles motivos em luz vermelha que me irritam profundamente (bem, não me estava a referir a essa irritação, até porque eu gosto de vermelho, não suporto é o encarnado).
E claro, para finalizar, a Praça do Comércio e a famosa árvore de natal gigante. É caso para perguntar se não eram capazes de se lembrar de um mamarracho mais estúpido para símbolo do Natal. Eu já tinha reparado que os criativos que trabalham para o BCP apostam forte no choque (rosa estão a perceber o trocadilho??!!). Ainda pensei que era uma festa de transe psicadélico ou então os cogumelos que tinha comido estavam a ter efeitos secundários. Uma árvore que muda de cor entre o roxo, rosa, azul, vermelho e verde vómito?? Com desenhos de laços outra vez? Mas isto é o Natal ou a festa do laço?
E as canções de Natal? Hum, loucura!! Eu só tenho pena dos coitados dos polícias destacados para proteger (?) a árvore (eu contei 5, eu até podia tentar fazer piadas cínicas face aos problemas de segurança de Lisboa, mas neste caso até percebo a presença de tão grande destacamento, até eu senti dentro de mim um instinto destruidor!).
Será que vamos ter de começar a dizer: É Natal, È Natal . ninguém leva a mal!(?)
E agora, mais um postal passível de ser carimbado com o selo pseudo-intelectual...
Quem é que ainda não ouviu falar do Fellini... pois eu também. Mas como certos fenómenos da cultura, parece ser mais um daqueles casos em que a pessoa é famosa mesmo quando está a dormir, pelo que não será difícil encontrar pessoas a dizer que ele é um grande realizador mesmo sem terem visto qualquer filme dele.
Não é o meu caso, pelo menos à data!!
Os primeiros filmes do Fellini que vi foram a Dolce Vita e 8 e ½. Causaram grande impacto e devo confessar que foram dos filmes que mais angústia me causaram. Para tal muito contribuiu a interpretação de outro colosso do cinema, o actor Marcello Mastroianni, para mim, a reencarnação do (falso) mito do galã italiano, que durante muito tempo julguei ser o motivo justificativo para a alta cotação dos homens italianos (a minha passagem por terras italianas mostrou-me exactamente o quão falso é o mito... há muito mau gosto por aí). E não pensem que digo isto com uma dorzinha de cotovelo. Acho que sou suficientemente objectivo a apreciar a beleza masculina, ao ponto de ter a ousadia (ou, se retirada do contexto, cometer o suicídio!) de afirmar que se fosse gaja, facilmente ficaria apaixonado pelo Marcello Mastroianni (já estou a ver a manchete do 24 Horas...).
Mas voltando aos filmes, que aproveito para recomendar, são horas de viagem na mente de personagens únicas, em que a acção é o prolongamento dinâmico do drama existencial de cada personagem. Confesso que a minha impressão dos filmes é, de certo modo, afectada por uma certa identificação com o personagem principal (em ambos os casos, o Marcello já citado). Uma amiga comentou que eram filmes tipicamente masculinos, pelo que seria natural a minha reacção. Ou seja, de novo reposta a minha masculinidade!!
E por falar em masculinidade, o Satyricon acaba por ser a antítese desse espírito. Pois bem, ontem tive a feliz ideia de convidar a Matrioska a ver o filme na cinemateca, julgando eu estar a ter uma ideia singular, depois de uma experiência menos bem sucedida a ver o Harry Potter. Mas na verdade, fui confrontado com uma multidão que encheu o anfiteatro da cinemateca. E, para aqueles como eu, que sentem os instintos sanguinários palpitar na presença da fauna bloquista, será relativamente fácil imaginar as minhas reflexões subsequentes. Mais, fui surpreendido pelo facto de se ter aproveitado a exibição do filme para o lançamento da tradução do livro que inspirou pelo filme e assistir ao beija cús dos três oradores. Finalmente, e por falar em traduções, ainda estou por saber a razão pela qual o filme foi legendado em espanhol. Sinto-me tentado a fazer uma série de comentários susceptíveis de roçar uma acusação de nacionalismo, mas vou controlar-me e acreditar que há uma explicação perfeitamente razoável para o facto, pois, afinal, tudo isto é fado.
No final, tanto eu como a Matrioska concordámos que o filme era estranho! Mas, felizmente, este foi um dos casos em que o estranho se entranha, e devo dizer que, se bem que o Satyricon não teve o mesmo impacto que os outros dois, acaba por ser uma obra-prima visual no tratamento da decadência. E não só porque retracta a decadência do império romano, mas porque é impossível não deixar de fazer analogias e, porque não dize-lo, metáforas com os sinais dos tempos da sociedade ocidental.
Time to go...
Para terminar não resisto a transcrever a letra de uma música que muitos leitores recordarão q que sem dúvida faz parte de um dos melhores cds da música portuguesa:
avanço lesto por entre a multidão insane presa de ecrãs de teelvisão alarmes soam em todo o quarteirão disparos, gritos, lançando a confusão é guerra sem quartel de empresas rivais na busca do controlo de mercados locais ou então... ou então... encena-se um directo para a teelvisão sirenes passam em grande aceleração olhando para ecrãs de teelvisão o caso surge com outra dimensão imagens com voz servindo de guião é guerra sem quartel de empresas rivais na busca do controlo de mercados locais ou então... ou então... encena-se um directo para a teelvisão
Ci vediamo!! Auguri a tutti!!
Hoje no correio, uma boa nova! Estão recordados de Residência Espanhola? Pois bem, o filme tem uma continuação. Se não estou em erro (e é sempre uma possibilidade ), o filme foi apresentado na 6ª Festa do cinema francês e ainda está em exibição em algumas salas de cinema.
Quando soube esta notícia, fiquei provavelmente com um sorriso idiota. Mas estava longe de imaginar que este filme fosse responsável por um sorriso tão especial como aquele que está agora estampado no meu rosto ao recordar o filme e como uma série de coincidências em torno deste filme acabaram por mudar o curso da minha vida
Tanto a Residência espanhola como As bonecas russas não são, nem penso que pretendam ser, obras de arte (sim senhores ilustres críticos de cinema, "nós, os iletrados cinéfilos, que gostamos do filme, ao contrário do que transparece das Vossas Mui doutas críticas, temos alguns neurónios que nos permitem pensar, ou seja, dito de outra forma mais objectiva, estamos a cagar para a Vossa pseudo cartilha da arte cinematográfica!!). No entanto, são filmes inteligentes sobre uma experiência que, felizmente, muitas pessoas já tiveram oportunidade de participar e que consiste no intercâmbio internacional de estudantes (no caso Erasmus, mas o princípio aplica-se a outros programas) tenho quase a certeza que os pseudo-críticos que escreveram sobre estes filmes não se incluem neste grupo.
É que os filmes não são uma mera comédia divertida sobre a vida de um estudante que participa no Erasmus. Quem fez Erasmus, sabe que existe uma trágico-comédia nas entrelinhas dos argumentos dos filmes (não posso ter a arrogância de dizer todas, por impossibilidade factual de falar por todos, mas posso dizer que é a opinião consensual das pessoas que conheço que fizeram Erasmus e viram os filme).
É engraçado reparar como as pessoas procuram fugir como o diabo da cruz dos clichés, dos lugares comuns e dos estereótipos. Para mim, é tudo uma perda de tempo, os clichés, os lugares comuns e os estereótipos existem porque acontecem, porque fazem parte da realidade, porque o que nos distingue não afasta o que é comum a todos nós.
O que há de fantástico no Erasmus é a comunhão na partilha da experiência que consiste num corte radical da nossa vida. É muito fácil darmos por garantido aquilo que nos rodeia, especialmente numa época em que tudo parece formatado, desde o berço até à sepultura. Ainda hoje olho para a experiência do Erasmus como uma alegoria da vida dentro da própria vida, em que definimos um princípio e um fim. Um nascimento e uma morte com datas marcadas. Um exercício de liberdade, em que nós somos o limite, aliás, como somos sempre.
O pós erasmus é como uma mudança de paladar, as coisas deixam de ter o mesmo sabor, o regresso é parte do fim e do início da experiência, em que somos algo que fomos sempre mas também somos algo mais. Esse algo mais é um pedaço de auto-conhecimento, uma nova imagem no espelho, tão natural como redescobrir o prazer de respirar. Infelizmente, quando regressamos descobrimos o preço da maça do conhecimento, traduzido na incompreensão daqueles que nos conheceram desde de sempre.
Bem, sei que talvez me tenha desviado da ideia original de fazer um comentário sobre o filme, mas pensando bem, isto também faz parte da minha visão das Bonecas russas.
P.S. - All we need is love