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Não podia deixar o meu blog em branco por mais tempo... Assim, sai mais um coelho da cartola....
Moinho de Nevoeiro
Lá fora, apenas o silêncio,
Esquecido no vento,
Envolvendo folhas abandonadas,
Dançando sem rima,
Sem valsa ou sinfonia.
O ar, absorto em gotas,
Torna-se opaco,
Em rios de nevoeiro,
Num fim de tarde
De um dia quase perfeito.
Os campos lavrados em verde,
Com um pouco mais de escuro,
Com um pouco mais de magenta,
E talvez tudo tão puro.
Ali estará o moinho,
Parado pelo tempo,
Em amarras de musgo,
De silvado e espinhos.
E junto à sua tortura,
Estará também o rio,
Que já não consigo ver,
Moendo as pedras
Polidas pelo tempo.
Já não distingo a serra,
Enquanto o manto invisível
Varre este vale.
Sei que é mais um dia
Que promete ser noite,
Onde perderei os sentidos,
Nas palavras
E nos sonhos perdidos.
Ps. Ainda não consegui comprar o cd da Fiona... É Portugal, Portugal... O que é que estás à espera.