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O título não deixa enganar relativamente ao sentimento despertado por estas férias (merecidas, diga-se em abono da verdade!) nesse país fantástico que é a Argentina. Mesmo com elevadas expectativas, a verdade é que elas foram largamente ultrapassadas, justificando os muitos eurinhos (dólares americanos e pesos argentinos
.) gastos. E ainda assim, apenas conheci um pedacinho daquilo que na verdade é a Argentina.
Começando pelo início, Buenos Aires. As primeiras impressões foram confusas, especialmente porque a chegada foi feita de noite e a rua (com um nome que ainda agora tenho dificuldades em pronunciar e mesmo escrever.. Hipólito Yorigogen
ou qualquer coisa parecida) do nosso hostel era um pouco assustadora (as três brasitas certamente concordarão comigo..), a fazer lembrar as ruas de Brooklin (pelo menos como retratadas nos filmes).
Mas depois de assentado o arraial, as coisas começaram a melhorar, sobretudo pelo contacto com a comidinha argentina que deixou muitas saudades, justificando uma abstinência voluntária de carne nos próximos tempos, até para evitar que eu comece a chorar quando colocarem no meu prato um pseudo-raquitico bife intitulado como o melhor que há
hum, não é possível estabelecer comparações com aquele bife à pimenta que comi em Puerto Madryn
.
Buenos Aires de dia impressiona pelo seu ar europeu. Estava à espera de uma cidade decadente, de arquitectura terceiro mundista, mas encontrei uma cidade cheia de vida, numa das cidades com melhor organização urbanística em que já estive. Outra coisa que impressiona é a quantidade de espaços verdes, bem como a limpeza das ruas (sem o famoso cocozinho de cão que infelizmente graceja pelas ruas de Lisboa). Mas também é verdade que Buenos Aires é uma cidade gigante e que eu estou a referir-me ao centro (que também é gigantesco). As partes mais afastadas já não gozam do mesmo glamour cosmopolita que refiro. Pelo contrário. Tive a oportunidade de experimentar esse choque no passeio que fizemos até ao bairro de La boca (sim, onde está situado o estádio do Boca Juniores o Benfica lá do sítio! - que perdeu o tri-campeonato de forma incrível e que me deu especial gozo, vá-se lá saber porquê!!
Viva o Estudiantes de la Plata!!). Esse dia também ficou marcado pelo curioso episódio do táxi que começou a fumegar no seu interior!! Aproveito para fazer um elogio à honestidade e simpatia dos taxistas argentinos, por contraposição aos fogareiros de Lisboa.. salvo raras excepções.
Como curiosidade, há a registar o cemitério de La recoleta, lugar de peregrinação turística, graças ao glamour de Evita Perón. Mas não só, este cemitério impressiona pela ostentação, cada campa parece pretender competir com as demais em tamanho e requinte. Foi bizarro o cenário assim como a minha conversa com um transexual sobre o famoso mate de que eu fiquei fã
do mate, entenda-se! Inclusivamente estou neste momento a bebericar um mate preparado à modo do cozinheiro Xaxo, que não é transexual, mas foi uma personagem incontornável da viagem (mas mais lá para a frente).
Seguiu-se Puerto Madryn e o avistamento de baleias, elefantes marinhos e pinguins (aos milhares
). Sem dúvida, o avistamento das baleias foi o momento alto. É impossível não ter respeito e ao mesmo tempo carinho na presença destes gigantes dos oceanos, especialmente quando as baleias mães estavam na companhia das suas crias. Já dos pinguins a imagem que retenho não é a mais querida
sim, fiquei impressionado pelo seu jacto esverdeado! .. e mais não digo!
De seguida, fomos para Ushuaia, o fim do mundo
Penso que foi o lugar que mais me impressionou e onde registei algumas das mais belas paisagens desta viagem. Foi também aí que descobri os encantos do trekking que no fundo mais não é do um eufemismo para caminhar que se farta!! Para um adepto das mini-maratonas, é apenas uma forma diferente do mesmo desafio, com a vantagem do deleite das paisagens fantásticas da Patagónia!
Depois, El Chatén, o paraíso do trekking!! Onde era suposto vermos o Monte Fitz Roy, mas não tivemos sorte, pois ele esteve encoberto pelo nevoeiro o tempo todo. Ainda assim podemos ver o glaciar que também é uma das imagens impressionantes que retenho da viagem. Ah, também a registar a descoberta de que afinal gosto carne de cordeiro! Pelo menos, carne de cordeiro argentino.. hum
E waffer com dulce de leche
.
Próxima paragem, El Calafate que terá sempre um lugar especial nas memórias desta viajem, graças sobretudo ao hostel onde ficamos e que recomendo América del Sur
Não só em termos de condições, mas claro, sobretudo ao nível das pessoas que lá trabalham, para as quais não há adjectivos suficientes para caracterizar a atenção, o carinho e a paciência (é preciso dizê-lo!!) com que nos trataram. É aqui que entra o cozinheiro Xaxo e a memorável festa de aniversário da saozinha eléctrica (com direito a bolo de chocolate com dulce de leche!!). Mas El Calafate também ficará marcada pela experiência de caminhar no glaciar Perito Moreno.
Seguiu-se o saltinho até ao Chile, mais precisamente a Torres del Paine, para mais uma aventura de trekking e muito mais! Mais uma vez tivemos azar com as condições climatéricas, mas em compensação, tivemos um serão inesquecível na companhia de um grupo de militares ingleses num refúgio da montanha, enquanto se desenvolvia um temporal lá fora. Claro que nesta história não posso esquecer os créditos devidos ao vinho chileno!! Não só pelo colorido que deu à noite, mas por ter sido capaz de converter a bailarina eléctrica aos encantos de Baco
o estranho é terem sido ingleses a consegui-lo. A noite ficou também marcada pela morte de Pinochet que foi celebrada de uma forma curiosa ao som de hotel califórnia, em que a letra foi praticamente substituída por uns mais compreensíveis lalalalalalala!
Depois, já sem a companhia das três brasitas, regressei a Buenos Aires, para dois dias de calor antes do regresso ao frio de Portugal (responsável pela minha imediata constipação à chegada!). Sem querer desvalorizar a companhia das três brasitas (muito pelo contrário
), foi bom poder deambular sozinho pelas ruas de Buenos Aires e descobrir os encantos do dia-a-dia da cidade e conversar com estranhos só pelo prazer de conversar.
Para concluir, adorei a Argentina e o povo argentino (foi bom saber que existem falantes da língua espanhola que não passam o tempo a gritar e a dizer puta madre e outras expressões afins. Imaginem lá que a maioria dos argentinos jovens sabe falar de forma compreensível inglês e ouve a mesma música que nós!! E não há touradas! É bom saber que aqui chegou um pouco mais de civilização do que na metrópole espanhola).
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Quem é que se lembra da minha fase "Dave Grohliana"? Numa fase de disparates, mais um até passa despercebido. Já só penso nas resoluções de ano que vão mudar radicalmente o rumo da minha vida... onde já ouvi isto?
Well, continuo sem escrever o postal sobre a Argentina... quer dizer, continuo sem fazer uma série de coisas que deveria fazer...
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">"What have we done with innocenceOne in ten
don't want to be your monkey wrench
one more indecent accident
i'd rather leave than suffer this
I'll never be your monkey wrench
All this time to make amends
what do you do when all your enemies are friends
now and then I'll try to bend
under pressure wind up snapping in the end
One last thing before I quit
I never wanted any more
than I could fit into my head
I still remember every single word you said
and all the shit
that somehow came along with it
still there's one thing that comforts me
since I was always caged and now I'm free
fall in fall out"
height=209 alt=PM_Blog.JPG src="http://ocarteiro.blogs.sapo.pt/arquivo/PM_Blog.JPG" width=314 border=0>
Espero bem que sim, pois ainda não encontrei maneira de escrever o prometido postal sobre a Argentina.
PS. Imagem fantástica (digo eu...) de um "despegamento" do glaciar Perito Moreno.