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Em vez de responder directamente ao comentário do kiko (está descansado, não vou revelar aquela parte do personagem da novela brasileira que tinha a mesma alcunha), vou contar um pequeno episódio, que poderia ser uma parábola, se não tivesse sido verdade.
Bem, após a privação da companhia entusiasmante do badocha eléctrico (que entretanto foi desterrado para uma das muitas celas do império eléctrico, passando a viver da leitura de jornais, da degustação de cafés e idas a conferências mediáticas, devido ao seu brilhante desempenho profissional
sim, se o crime não compensa, já o mesmo não se pode dizer da incompetência..), passei a concentrar a minha atenção noutro personagem impagável do universo eléctrico (o verdadeiro, não o derivado), o SOX (lê-se, sucks
sim, é um trocadilho de múltiplos sentidos!).
Em vésperas do fim-de-semana da corrida, enquanto me despedia da AV referi que iria correr a mini-maratona. Foi aí que apareceu o SOX sorridente, logo dizendo:
- Mini-maratona? Isso não é nada, faz-se num instantinho!
Acreditem, devo ter feito uma cara deveras curiosa, pois não consegui abstrair-me (e penitencio-me por isso) da personagem que estava à minha frente, um meia-leca, barrigudo, que ainda a uma certa distância exalava um intenso odor corporal resultante da sua inebriação tabagista. Enquanto na minha mente ainda ecoava a perplexidade, disparou:
- Quanto tempo demoras a fazer 10 km?
Como ainda não tinha feito nenhuma corrida com aquela distância, respondi que tinha demorado 52 minutos a correr 8km na corrida da Ponte Vasco da Gama, convicto de que o tempo, não sendo brilhante, também não era motivo para embaraço. Foi aí que fui atingido pela surpresa:
- O que? 52 minutos? Mas isso é quase a caminhar! Eu no meu tempo de jogador de râguebi fazia 10 km em 10 minutos!
Confesso que a minha reacção foi afectada pela dupla surpresa. Por um lado, o facto de aquele meia-leca barrigudo ter sido jogador de râguebi (não perguntei qual a posição, mas o meu lado maldoso está indeciso entre apanha bolas ou apanha toalhas
sim, resisti a escrever sabonetes!). Por outro lado, os 10 minutos. Dito com aquela convicção, até eu duvidei se era o sol que girava em torno da terra ou se era ao contrário. Timidamente, e sem fazer cálculos, disse: mas isso não é capaz de ser um bocado exagerado?
O SOX não se deixou impressionar com o meu argumento e respondeu:
- É pá, era capaz de não serem 10 minutos certos, mas por aí. Sabes, até queriam que eu corresse a maratona. Eu é que não quis, preferia jogar râguebi. Até gostava de poder ir a essa mini-maratona, mas agora não posso, a saúde e os anos não deixam, não seria capaz de fazer os 10 minutos, demorava pra aí uma hora.
Para concluir, e no do alto da sua condescendência disse:
- Mas fazes bem, o que interessa é participar, não interessa o tempo que se demora.
Despedi-me naquele estado de aparvalhamento, a matutar na minha lentidão crónica.
Pelo menos hoje tenho a consolação de saber que o Rui Silva à beira do SOX jovem ser um autêntico velhinho entravado, pois demorou 31 minutos para correr os 10km da corrida do Tejo (ou seja, à distância de 20 minutos para o SOX... a mesma distância a que fiquei do Rui Silva
é uma boa consolação).
Ok, o SOX não chegou ao cúmulo da pancadinha no ombro, mas hoje penso que deve ter sido o meu cansaço de sexta-feira que me impediu de lhe dar um sopapo na tola para lhe fazer correr o sangue no cérebro, afectado certamente por profundo curto-circuito (doença que é muito comum no referido império eléctrico).
O rambo SOX não se apercebeu que isso implicaria correr a uma velocidade média de 60 Km! Ou seja, uma média superior ao Ubikuelo nos 100m!! Mas para tirar as dúvidas, e para não me acusarem de ser precipitado no meu julgamento, faço desde já o apelo aos meus leitores na obtenção de um pouco de criptonite para tirar as dúvidas em relação a este fenómeno da natureza.
Concluindo, caro Kiko, penso que não estarei à altura do teu desafio, mas fica em aberto a possibilidade de te colocar em contacto com o SOX, já que têm muito em comum, como por exemplo, terem ficado a dormir durante a manhã do dia 24, enquanto sonhavam com o Ubikuelo (a correr, claro!).
PS - O abundante uso de parêntesis não é mera coincidência!
PS Aquele abraço!
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Também é bom ser lamechas! Poucas pessoas deram conta do albúm a solo do James Iha, mas quando sentirem necessidade de serem um pouco lamechas, recomendo que lancem mão dos meios ao vosso alcance para ouvirem "Let it come down" do James. (Oh James, já agora, vê lá se ganhas juízo e aceitas o convite para participares na reunião dos smasnhing pumpkins! Isto porque ser lamechas tem os seus dias!)
class=MsoNormal style="MARGIN: 0cm 0cm 0pt">Be strong nowCom as devidas ressalvas, posso dizer que sofro mais quando fico em casa do que quando saio para correr.
Classificação Tempo final Tempo real 5Km
2193 0:53:30 00:51:45 00:27:10
height=133 alt=transe.jpg src="http://ocarteiro.blogs.sapo.pt/arquivo/transe.jpg" width=127 border=0>
A realidade no fundo não interessa, apenas o seu reflexo no quadro das hipóteses improváveis da sobrevivência.
Gostas da música?
É o caos da dinâmica do meu interior.
(com efeitos retroactivos reportados a 12 de Outubro de 2006)
Hoje senti-me bem logo pela manhã. O que é raro. Em tempos já fui daquelas pessoas detestáveis que têm mau feitio matinal. Actualmente, penso que apenas sofro de alguma letargia matinal. Envelhecer não pode ser só coisas más!! (partindo do pressuposto de que se trata de uma melhoria). Em todo caso, hoje a letargia desapareceu e deu lugar a um largo sorriso, mal fechei a porta do meu prédio. Foi mais ou menos nessa altura que o meu diskman reagiu ao pulsar do play e nos auscultadores comecei a ouvir bitter sweet simphony dos the verve. Logo apercebi-me que estava um dia magnífico, com a típica luz de Lisboa. Senti-me invadido por uma inexplicável (mas bem-vinda) sensação de conforto e alegria. Que bela maneira de começar o dia, mesmo quando se está em Little Hedge!
Passo por passo, fui recordando o tempo em que esta música não saía da minha cabeça ao ponto de a despropósito começar a trautear o início da música. Isso foi mais ou menos o que fiz inadvertidamente quando entrei no exame nacional de filosofia no longínquo ano de 1997.
Um outro sorriso surgiu ao escrever este ano, socorrendo de outra figura de estilo, o anagrama, e chegar a 1979, um ano importante por outras razões (é inevitável não pensar também na música 1979 dos smashing pumpkins).
Mas 1997 foi sem dúvida um ano marcado por grandes acontecimentos:
É caso para perguntar: E você, o que fez em 1997?
PS Gostaria de registar que, embora corra o risco de chocar algumas pessoas, o álbum Urban Hymms tem um lugar muito especial na minha alma musical. Tem uma notável harmonia, num universo de amargura e doçura, com subtis pinceladas psicadélicas. Se posso recomendar um pequeno aperitivo, sugiro Catching the butterfly.
O meu manifesto para o dia de hoje:
Intolerance I don't want to be hostile. I don't want to be dismal. But I don't want to rot in an apathetic existance either. See I want to believe you, and I want to trust and I want to have faith to put away the dagger. But you lie, cheat, and steal. And yet I tolerate you. Veil of virtue hung to hide your method while I smile and laugh and dance and sing your praise and glory. Shroud of virtue hung to mask your stigma as I smile and laugh and dance and sing your glory while you lie, cheat, and steal. How can I tolerate you. Our guilt, our blame, I've been far too sympathetic. Our blood, our fault. I've been far too sympathetic. I am not innocent. You are not innocent. No one is innocent. I will no longer tolerate you. Even if I must go down beside you. Because, No one is innocent.
Não, não vou explicar o significado deste feriado. Mas o facto de festejar uma certa e determinada revolução vem mesmo a calhar para o meu propósito. Ora bem, rewind
O dia começou provavelmente depois do agradável jantar omipiniano/omicleariano, bem regado como se quer, seguido do ainda mais agradável convívio entre descendentes dos supra citados signos derivados de energia!! (já agora, o ascendente é caranguejo
não vou fazer humor fácil!!). Estou certo que os frequentadores do Plateau e do Kremlin (!) sentiram algo de diferente que não vão esquecer nos próximos tempos. Mas eu não vou entrar em pormenores, até para motivar alguns desistentes da noite, embora com o argumento algo frágil de terem de trabalhar no dia seguinte (pois é, para a próxima façam directa!!).
Bem, mas o dia estava no início, e depois de uma passagem pela cama, tive um despertar eléctrico para ir ter com a saozinha eléctrica, para aquilo que poucos acreditariam ser possível: um carteiro surfista!!
E meus amigos, talento é algo que não falta ao presente narrador. Logo à primeira tentativa, um take off irrepreensível (desculpem a linguagem técnica!!) Depois, achei que não valia a pena humilhar os restantes e não voltei a fazer nenhum take off. Só houve uma coisa que eu não percebi, foi o professor ter dito que eu ainda estava a destilar
deve ser outro termo técnico do surf!! Como o deslargar a prancha!!
No final da primeira aula, fiquei a impressão que tinha estado dentro de uma máquina de lavar roupa, mas mesmo assim contente por aceite o desafio. Agora já só penso em pranchas e fatos térmicos e quem sabe mesmo descolorar o cabelo (bem esta última foi só para assustar, embora seja sempre a piada mais fácil).
Caso não tenham reparado, no dia 5 de Outubro esteve um excelente dia de praia, o que me fez pensar que sem dúvida viver em Lisboa é também um privilégio. Poucas cidades do mundo podem oferecer aquilo que Lisboa consegue. O problema é que por vezes não damos conta disso pois estamos demasiado empenhados em ser miserabilistas. E para isso, nada melhor que um dia de sol junto à praia, com uma deslumbrante paisagem para ocupar a mente (sim, algures nesta frase existe um trocadilho).
Acabei o dia a assistir a um ritual bizarro junto ao mar. Uma roda de pessoas, vestidas de branco, aparentemente de nacionalidade brasileira, entoavam cânticos enquanto algumas dessas pessoas dentro do círculo iam entrando em transe, rodopiando e contorcendo-se de forma obsessiva. Algo me diz que se tratava de algum ritual oculto, até porque corresponde em linhas gerais a um ritual retratado no livro Possessões diabólicas (Roland Villeneuve) que me tem ocupado as minhas leituras (se a parte do surf não conseguiu arrancar espanto, aposto que esta parte faz o meu querido leitor interrogar-se sobre o meu estado de insanidade, à altura de umas certas fotografias tiradas no dia em que o Anticristo desceu à terra em Lisboa pela primeira vez!!). E mais não digo, a curiosidade é algo de raro por estes dias
..
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"La mirada se vuelve cálida, el color bulle y la mano es conducida delicadamente por un angel"
Sugestão licorosa:
3/4 Vodka (Finlandia)
1/4 Inspiration
Enjoy it, baby!!
Um destes dias, passei os meus momentos musicais obcecado pela canção No excuses dos Alice in Chains. É sem dúvida uma música com uma força emotiva muito especial, na qual a voz de Lanley Stanley, também de si muito especial, surge como um instrumento de precisão na capacidade de transmitir a introspecção tão típica deste tipo de músicas. Isso levou-me a pensar no grunge, que para muitos está morto, mas que para mim continua vivo e agradavelmente vivo cada vez que regresso às suas músicas, embora não seja o que se possa chamar fã do grunge. No entanto, eu acho que o grunge foi um dos períodos mais interessantes da música contemporânea, especialmente quando se comparar com o que foi feito no domínio das sonoridades rock (numa acepção lata) desde então, com algumas excepções, como sempre acontece. Mas afinal o que é o grunge? É óbvio que é um rótulo, como tantos os outros, e que na verdade não tem uma grande importância, especialmente quando se trata de tentar rotular a música por categorias de estilo. Contudo, para mim, o grunge está balizado por duas variáveis mais ou menos indefinidas: por um lado as bandas serem de seatle ou lá terem raízes e, por outro, comungarem um sentimento muito específico que talvez possa definir como negativismo-existencialista-introspectivo com o qual acabo por ter alguma identificação (já estou a imaginar a cara de espanto dos mais distraídos!!). Daí que talvez possa dizer que o grunge também vai vivendo em mim, de tempos em tempos, ao sabor da vida, alternando com mais mil e uma correntes da minha chancela ou das minhas pseudo personalidades psíquico-filosóficas de evolução marcadamente descontínua (mas que raio estou eu a dizer?!! Whatever
aposto que não sou o único!!).
Dito isto, explico a razão deste postal. Como também tenho uma tendência natural para o ecletismo, devo dizer que nem tudo que foi feito sob o signo do grunge me interessa e claro que dentro de toda essa produção musical, a intensidade do meu interesse vai variando. Então pensei que estava na altura de fazer uma compilação das 20 melhores músicas do grunge. Os meus critérios foram:
Daqui resultou uma selecção provisória que submeto à apreciação dos meus queridos leitores, ficando a aguardar sugestões que possam enriquecer a lista final que será eternizada na gravação da primeira compilação do blog da metáfora do carteiro, que, infelizmente, não poderá ser comercializada, mas melhor, poderá ser replicada por todos aqueles que se quiserem juntar ao movimento
do carteiro! Modéstia à parte.
P.S. - Se estranharem o facto de a lista não ter nenhuma música dos Sonic Youth, bem, a verdade, mesmo que depois de proferida seja considerada heresia, é que eu nunca gostei dos Sonic Youth!! Sorry!
1 - Rape me - Nirvana
2 - Even Flow Pearl Jam
3 - Man in the box Alice in Chains
4 - Heart-shaped box - Nirvana
5 - Creep Stone Temple Pilots
6 - No excuses Alice in chains
7 - Alive Pearl Jam
8 - Black hole sun - Soudgarden
9- Lithium - Nirvana
10 - Plush Stone Temple Pilots
11 - Eldery women behind the counter in a small town Pearl Jam
12- Blow up the outside world - Soudgarden
13 - Frances farmer will have her revange Nirvana
14 Rats Pearl Jam
15 - Burden in my hand - Soundgarden
16 - Interstate love song Stone Temple Pilots
17- Rearviewmirror Pearl Jam
18 Hunger Strike Temple of the dog
19 Immortality Pearl Jam
20 All apologies - Nirvana